terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Miguel Juliano - Biografia



Miguel Juliano, nascido em Rio Verde, Goiás, em 1928. Aprendeu noções de desenho arquitetônico com um profissional da cidade e formou-se na FAU/Brás Cubas, em Mogi das Cruzes, SP, em 1973. Possui escritório próprio desde 1966 . Lecionou na FAU/Mackenzie e foi presidente da Fundação Vilanova Artigas.Apesar de trabalhar com arquitetura desde a adolescência, formou-se aos 45 anos de idade, depois de ter projetado edifícios célebres, como o Quinta Avenida, na avenida Paulista, com Pedro Paulo de Melo Saraiva, e o Sesc Pinheiros, ambos em São Paulo. Por algum tempo usou concreto à vista, com resultados belíssimos, apesar da rudeza do material. Admirador da obra de Artigas, Miguel Juliano demonstra seu alinhamento com a escola paulista. Desde a utilização do concreto aparente até a organização da planta, percebem-se elementos que são constantes entre o repertório desses arquitetos.

Miguel Juliano - Sesc Pinheiros

Revestimento de alumínio, cortinas de vidro e a cobertura curva marcam a volumetria do prédio


O Sesc Pinheiros foi inaugurado em setembro de 2004. O edifício - projetado por Miguel Juliano - abriga, em 37 mil metros quadrados, um complexo de lazer urbano, com atividades artísticas e esportivas, associativas e recreativas. Está implantado em uma área que, desde a última década, vem sofrendo grandes transformações. A antiga vila de Pinheiros, cuja origem remonta a uma aldeia do século 16, chegou aos dias atuais como região de comércio popular, cujo ímã é o terminal de ônibus urbanos e intermunicipais que ligam o centro à periferia oeste.
Um dos maiores desafios do projeto foi implantar o teatro subterrâneo - com 1010 lugares e palco flexível, preparado para receber diversos tipos de apresentação, de música clássica a ópera. Foi necessário a implantação de escadas rolantes para conduzir o público aos pisos
Flexível, o teatro permite diversas O fosso inglês permite a entrada de luz
composições natural no foyer do teatro
inferiores. Em contrapartida, graças a um fosso inglês aberto para a rua Paes Leme, possui iluminação natural abundante, reduzindo a sensação de se estar no subsolo.
Link para a planta do Sesc Pinheiros: http://www.sescsp.org.br/sesc/hotsites/arquitetura/site/unidade.asp?cd=87744&cd_planta=90451

Miguel Juliano






Inteiramente revestido com pele de vidro verde e laterais de alumínio branco, o edifício Faria Lima Premium destaca-se na ainda relativamente horizontalizada paisagem do bairro de Pinheiros, zona sudoeste de São Paulo, em frente a um dos maiores e mais antigos shoppings da cidade. Caracterizado sobretudo pela extrema elegância de suas linhas frontais e laterais suavemente curvas, o prédio impressiona também pelo rigoroso cuidado construtivo, que transparece no resultado final. Conta ainda com instalações de ponta e recursos tecnológicos avançados, como o acesso à Internet por conexão exclusiva da Embratel.
(Texto resumido a partir de reportagem deSilvério Rocha(Edição 243 - maio 2000)




O prédio teve rigor também no paisagismo, com adoção
de pavimento intertravado de blocos vazados, espelho
d'águae palmeiras na pequena praça frontal


O mezanino, sobre a recepção, permite segurança discreta
e eficaz; no vidro, pintura de Marcelo Nitsche

Miguel Juliano

Residência Milton Sabag. Arquiteto Miguel Juliano, 1972

Principais preocupações do arquiteto:


- Atenuar as condições térmicas locais


- Reduzir o barulho proveniente do exterior.

Residência Milton Sabag, arquiteto Miguel Juliano, 1972.
Foto: Lílian Diniz Ferreira

Solução: foi criado no projeto paisagístico uma “duna“ sob o pergolado dos dormitórios, que tinha por função isolar acusticamente. Para manter a casa sempre ventilada, foi criado um sistema de ventilação natural por convecção com blocos de isopor separando as duas lajes. Desta maneira, o calor externo não atinge o interior da habitação.


Planta da Residência Milton Sabag, arquiteto Miguel Juliano, 1972. Na área dos dormitórios foi criado um elemento paisagístico que impede a passagem do ruído da rua. Fonte: Revista Casa & Jardim, nº 254, 1976, p. 30.


O programa desta casa térrea que feita para um casal e cinco filhos contempla 4 dormitórios, banheiros, cozinha, dependência para empregados, além de uma ampla sala de estar que se abre para um terraço com vista para o mar. Como o conjunto sala-terraço se encontra em um nível elevado em relação ao restante da casa e a rua, a visual para o mar fica garantida. A cozinha que se encontra no mesmo nível, possui aberturas para o terraço, se integrando assim com a churrasqueira. Esse terraço é o elemento de ligação entre o exterior e o interior, funcionando como extensão natural do estar.
Admirador da obra de Artigas, Miguel Juliano demonstra nesta casa seu alinhamento com a escola paulista. Desde a utilização do concreto aparente até a organização da planta, percebem-se elementos que são constantes entre o repertório desses arquitetos.




Corte da Residência Milton Sabag, arquiteto Miguel Juliano, 1972.
Fonte: Revista Casa & Jardim, nº 254, 1976, p. 30.